“E disse eu aos nobres aos magistrados, e ao resto do povo: grande e extensa é a obra, e nós estamos apartados do muro, longe uns dos outros. No lugar onde ouvirdes o som da buzina ali vos ajuntareis conosco. O Senhor pelejará por nós.” Ne 4.19-20.
O líder da reconstrução disse aos nobres, aos magistrados e ao povo em geral que o trabalho a ser feito não era pequeno e nem de fácil execução.
Quando olhamos a dimensão do nosso trabalho no Brasil lembramos que a responsabilidade com a maior igreja pentecostal brasileira é uma tarefa muito extensa, tanto no âmbito interno quanto na tarefa de evangelização dos povos. Esta obra requer dedicação ainda mais acentuada, porquanto todos temos uma parcela de contribuição na vasta obra de Deus. Como componentes do corpo de Cristo, a Igreja, somos igualmente importantes e indispensáveis. Na conclusão dessa obra, que ocorrerá com o arrebatamento da Igreja, todos receberemos o galardão conforme o nível da tarefa desempenhada.
Neemias lembrou que o povo estava afastado do muro. O muro, na Bíblia, representa divisa, segurança. Na China, as muralhas representavam escravidão, totalitarismo; na antiga Alemanha Ocidental e Oriental os muros de Berlim representavam, isolamento e separação provocados pelo comunismo.
Com todas as atrocidades cometidas por certos estadistas, que se utilizaram desta filosofia para engendrar seus sistemas de governo, o comunismo assim mesmo era pregado como a instituição de uma sociedade perfeita baseada na propriedade coletiva dos meios de produção e no igualitarismo.
No caso de Neemias, a reconstrução dos muros foi um marco na união dos esforços. Não somente isso, a proposta de unidade era baseada no quebrantamento diante de Deus. Ao contrário do comunismo, a igualdade não era uma condição imposta por decreto mas consistia em conscientizar o povo da necessidade de arrependimento pelos pecados, de forma voluntária. Essa era a condição que os nivelava, e os deixava a mercê da graça de Deus.
O povo estava saindo de um exílio, que foi um período de muito sofrimento e humilhação para o povo judeu. O momento exigia unidade para que Jerusalém fosse reedificada, mas ainda assim o texto afirma que eles estavam “longe uns dos outros”. Não necessariamente distantes geograficamente, mas espiritualmente. Em termos de unanimidade, tal situação causava dificuldades para se conjugar esforços que resultassem em grandes empreendimentos. Ninguém pode fazer a obra de Deus isoladamente, pois trata-se de uma atividade coletiva de responsabilidades individuais. A necessidade de somar esforços é premente.
Pr. José Wellington Bezerra da Costa
Presidente da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil.
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