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Pr. João Pereira: Saudades!

A trajetória de um homem respeitado

Pr. João Pereira com a família “Calmo, humilde e honesto nas mínimas coisas”. Assim foi João Alves Pereira, nascido no dia 13 de dezembro de 1920, na cidade de Marechal Deodoro-AL, município litoral sul alagoano. Os adjetivos foram ditos pelos parentes de um dos pastores mais respeitados do Estado, aquele que andava ombro a ombro com o saudoso pastor Antônio Rêgo Barros, que foi presidente da Assembléia de Deus em Alagoas.

João Pereira era filho de Antônio Alves Pereira e Maria José da Rosa. Recordações da infância dele são remotas, mas um fato marcou a trajetória deste homem de Deus: a conversão a Cristo no ano de 1936, aos 16 anos de idade. Começava, então, a jornada dele, sem mácula, na terra. Ele foi o primeiro de sua casa a tomar a decisão...
Os parentes relatam que na época em que ele aceitou Jesus, Marechal Deodoro era dominada pelo catolicismo. Havia um líder religioso que costumava atrapalhar os cultos, ameaçando os crentes com pedras e pedaços de madeira.

Um dia, João Pereira saiu escondido da mãe – muito católica – para assistir ao culto na residência de uma senhora cujo esposo não era evangélico ainda. De repente, o grupo de religiosos começou os insultos e as ameaças como forma de intimidação. Porém, o dono da casa, mesmo sem conhecer a Jesus, se mostrou firme e fez os chantagistas recuarem. “Aqui vocês não entram, pois, se assim fizerem, vão ser queimados com fogo do céu”, gritou o homem.

Por conta deste fato e também pela bela mensagem, em João 3, sobre Nicodemos, pregada neste dia, João Pereira, o dono da casa e muitos outros se renderam aos pés do Senhor. A mãe dele veio a aceitar Jesus em outra ocasião.

Pouco tempo depois que ele servia a Deus, foi separado para porteiro. Serviu com alegria e chegou ao diaconato, logo após ao presbitério (serviu em Penedo) e quando tinha apenas 33 anos foi consagrado a evangelista. Mas algo ainda lhe faltava: o casamento.

Foi então que o pastor presidente da época decidiu ajudá-lo a encontrar a futura esposa dele. João Pereira já havia comentado que estava observando e apresentado a Deus uma jovem de Rio Largo que viu uma única vez quando esteve visitando a congregação. O pedido de casamento, em nome dele, foi feito pelo pastor Rêgo Barros. Ela disse que iria orar e depois daria a resposta.

Pouco tempo depois, os dois estavam unidos. A cerimônia aconteceu no dia 20 de março de 1954. O detalhe é que eles se viram apenas três vezes antes do casamento. A escolhida de João Pereira tratava-se de Adalgisa Lopes Pereira, com quem teve nove filhos (Joaz Alves Pereira, Alda Alves Pereira, Bétia Alves Pereira, Silza Alves Pereira (in memoriam), Asenate Alves Pereira, Mizia Pereira Cavalcante, Efa Alves Pereira, Jetro Alves Pereira e Boaz Alves Pereira). Dos filhos saíram 13 netos e mais cinco bisnetos.

A família recorda que um dia João Pereira caiu de uma cadeira e, pela queda, ficou desmaiado por um longo tempo. Desesperada, a esposa chamou uns irmãos da igreja e quando intercederam a saúde dele foi restabelecida.

No mesmo dia do casamento foi consagrado a pastor e transferido para São Miguel dos Campos. Na cidade, adquiriu um terreno e ergueu o templo-sede da Assembléia de Deus. A família recorda que as dificuldades foram grandes, mas a providência de Deus foi maior.

Em 1962, chegou ao campo de Maragogi, onde se tornou um líder respeitado, inclusive pelas autoridades judiciárias. Em todas as eleições, era convocado pelo juiz da comarca para fiscalizar a contagem dos votos. Um dia, precisou tomar uma decisão difícil numa residência em que estava como hóspede. O juiz teria determinado que o filho de um casal deveria ficar com o pai, mas a mãe estava inconformada.

Muito sábio e na direção de Deus, João Pereira tocou no ombro da mulher e sussurrou em seu ouvido: “Entregue o menino para o pai, pois essa foi a determinação do juiz”. A sugestão do pastor foi acatada pela família e a contenda foi encerrada naquele momento.

Quando deixou Maragogi, foi para São José da Laje (1968 a 1972), de onde foi transferido para o último campo dele, Atalaia (1978 a 1980). Nesta década, foi jubilado e veio morar em Maceió.

LIÇÕES

João Pereira faleceu no dia 21 de junho de 2008. Ele lutava contra um câncer e seus órgãos vitais pararam. Mas a lembrança e o legado nunca serão esquecidos. Daquele homem honesto que chegou a devolver na padaria um pão que veio a mais quando comprou; daquele pai presente, correto, que sempre ensinava baseado na Bíblia; que gostava de orar de joelhos no quarto e meditar na Palavra; que se preocupava em falar bem o português; que gostava de andar sempre cheiroso…

Daquele que tinha a obra do Espírito Santo como forma de vida; gostava de ver os templos arrumados, limpos; por onde passava deixava uma reforma; que costumava andar muito a pé… Enfim, os exemplos são muitos.

“A maior lição que ele nos deixou foi que não devemos buscar riquezas para essa vida, porque o nosso tesouro está guardado na eternidade de Deus. Lá é a nossa pátria. Para os filhos, netos e bisnetos, papai pediu para sempre andarem na verdade, que é Jesus”, resume Mizia Cavalcante, uma das filhas.

Thiago Gomes - AD Alagoas

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