“O cuidado com a língua” - Agenda Assembleiana

“O cuidado com a língua”

O poeta inglês Rudyard Kipling dizia: “As palavras são a droga mais poderosa utilizada pela humanidade”. Como auxílio, selecionei diversos provérbios, de vários países, que também expressam o poder e o efeito das palavras sobre a vida humana (leia aqui). Você pode imprimir e distribuí-los aos alunos ou citar alguns deles à media que for explicando a lição. Também pode selecionar alguns deles e desenvolver o tema à luz da Bíblia.
A advertência sobre a responsabilidade dos mestres também está relacionada com o uso da língua, pois o seus ensinamentos e a sua capacidade de convencer podem influenciar para o bem ou para o mal.

A seriedade dos mestres (Tg  3.1,2)

Thomas W.  Leahy esclarece a questão da responsabilidade ds mestres:

Esta seção é claramente definida e bem desenvolvida, desdobrando o tema mencionado anteriormente em 1,19 e 26. 1. não queirais ser mestres: o papel dos mestres na própria igreja era importante e honorável [At 13.1; 1Co 12.28; Ef 4.11], mas suscetível de abusos caso fosse buscado por motivos indignos. Tiago reflete as advertências de Jesus [Mt 5.19; 23.7,8]. estamos sujeitos: Tia­go se considera um “mestre” na igreja. 2­12. Uma vez que o ensino se faz mediante a fala, [Tiago] passa a uma longa admoestação acerca do uso da língua.

Em Síndrome de Lúcifer (baixe o livro aqui), Caio Fábio menciona entre os sintomas que caraterizam a corrupção de certas lideranças evangélicas o fato de que “suas palavras promovem a eles mesmos”. É o caso de líderes ou mestres que fazem mau uso das palavras:

“A sua boca vive propalando grandes arrogâncias” [Jd 16, BLH]. E nesse sentido há muitas maneiras sutis de os dissimuladores propalarem grandes arrogâncias sem perderem a imagem espiritual de “humildade” e “santificação”. Judas diz que tais pessoas são veementes, barulhentas, ousadas e plenas de histórias  impressionantes sobre elas mesmas. Aliás, sempre que elas se introduzem numa reunião cristã é através do alardeamento que fazem de suas “experiências espirituais”. É por isso que eu disse que é muito fácil propalar grandes coisas sobre si mesmo sem perder o status da espiritualidade.

A capacidade da língua (Tg  3.3-9)

Solomon Andria comenta as três figuras que Tiago utiliza para ressaltar o poder e o perigo da língua:

Tiago usa três elementos conhecidos para mostrar como é importante os cristãos, e em particular os mestres, controlarem a língua. Os dois primeiros exemplos ilustram como os seres humanos podem usar até mesmo pequenos instrumentos para exercer domínio. Primeiro, temos o ca­valeiro capaz de controlar o cavalo por meio do freio na boca do animal (3.3). Depois, vemos que as marés e ventos con­trários podem impedir um navio de chegar ao seu destino se o piloto não controlar o leme (3.4). No terceiro exemplo, encontramos algo pequeno e útil que pode propagar destruição por uma selva inteira se não for controlado (3.5). Observe que ele diz: Ora, a língua é fogo (3.6), e não a língua é como fogo. Trata-se mais de uma identificação que uma comparação, pois o autor deseja enfatizar como a língua pode ser perigosa e destrutiva, cau­sando danos irreparáveis. Apesar de ser uma parte peque­na do corpo, afeta todas as outras. Pior que isso, porém, é sua capacidade de incendiar não apenas uma selva inteira (3.5), mas também o mundo inteiro! Tiago segue o exemplo do salmista (cf., p. ex., Sl 32.2; 42.3,7) e usa de exagero para deixar claro que a língua descontrolada pode causar danos enormes ao corpo e a todos a seu redor. O termo “corpo” é uma forma comum de se referir à congregação dos cristãos. Para a alegria do diabo, as palavras podem facilmente romper a comunhão. Por ironia, no final das contas, a língua que espalha tamanha destruição será, ela própria, consumida pelo fogo do inferno.

Não podemos agir de dupla maneira (Tg  3.10-12)

Você pode enriquecer a sua aula se desenvolver este comentário de D. A. Carson:

Extraí­da do relato da Criação está a alusão a 3.9: “Com a língua bendizemos o Senhor e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus” — uma óbvia alusão a Gênesis 1.27. A parte da epístola em que essa passagem está incorporada diz respeito à língua, e os versículos 9 a 12 destacam a inconsistência desse órgão. Uma coisa é Deus abençoar e amaldiçoar com base na respos­ta à sua revelação dada graciosamente (e.g.,Dt 30.19); outra é alguém tomar para si essa prerrogativa divina simplesmente para dar va­zão ao que lhe agrada ou desagrada, o que é uma forma de idolatria, pois usurpa o lugar de Deus. Pior, a “bênção” de Deus que proferi­mos com a língua não é sincera nem honrada, se a mesma língua se deleita em amaldiçoar os que são criados à imagem de Deus.

BIBLIOGRAFIA. Andria, Solomon. Tiago. In: Adeyemo, Tokunboh (Org.). Comentário
bíblico africano. Tradução de Judson Canto et alii. São Paulo: Mundo Cristão, 2010. * Carson, D. A. Tiago. In: Beale, G. K.; Carson, D. A. (Org.). Comentário  do uso do Antigo Testamento no Novo Testamento. Tradução de Valdemar Kroker et alii. São Paulo: Vida Nova, 2014. * D'Araújo Filho, Caio Fábio de. Síndrome de Lúcifer. Venda Nova: Betânia, 1988. * Leahy, Thomas W. Epístola de Tiago. In:
Brown, Raymond E. et alii. Novo Comentário Bíblico São Jerônimo: Novo Testamento e artigos sistemáticos. Tradução de Celso Eronides Fernandes. Santo André: Academia Cristã; São Paulo: Paulus, 2011.

Fonte: Blog O Balido

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