O PROPÓSITO DO LIVRO DE DANIEL - Agenda Assembleiana

O PROPÓSITO DO LIVRO DE DANIEL

O livro de Daniel é apenas uma peça na imensa engrenagem da revelação de Deus ao povo de Israel. Deus escolheu esta pobre gente, vinda da escravidão egípcia, e a elegeu como seu povo. O Sinai guarda no silêncio das suas montanhas os ecos desta transação.

Por que Deus assim fez, só ele mesmo sabe. Ele declarou, em mais de um passo, que não escolheu esta gente porque fosse a mais numerosa da terra nem mesmo a melhor, mas porque quis. Era a sua promessa feita a Abraão, e quem pode contestar os modos e métodos da ação divina na História? Escolheu este povo, deu-lhe leis e mandamentos, estruturou-o em nação, e já se foram mais de 3 milênios e continua de pé, cada dia mais firme, tudo quanto Deus ordenou no Sinai. A existência dos israelitas no mundo é a mais cabal prova de que Deus elegeu para si este povo, e, apesar de toda a infidelidade do mesmo, Deus continua a conservá-lo.

A razão por que Deus elegeu esta raça, quando poderia ter escolhido outra, mais culta, não é de nossa apreciação. Ele tinha de escolher, e escolheu. Deus não é um Deus solitário, escondido nos refolhos do universo. Ele é um Deus que se revela, e tanto o mundo como os hebreus são elementos desta revelação. Deus só pode ser conhecido através dos atos praticados por seres racionais, e é por meio deles que a sua natureza e propósitos são conhecidos. A natureza, como tal, não pode revelar a Deus na sua natureza amorável; só o homem pode. Então escolheu os israelitas para esta tarefa.

A história desta gente é muito ingrata. Pouco depois de serem introduzidos na terra que Deus lhes destinara, rebelaram-se, e pediram a Samuel que lhes desse um rei, à semelhança das nações, ao redor, desprezando, assim, o Rei invisível, mas patente que eles tinham. Dali até hoje, a história desta gente é um rosário de rebeliões, e foi por esta causa que a nação foi destroçada e o povo levado para Babilônia e mais tarde para os quatro ventos da terra.

Deus tinha um plano, ao eleger esta gente como sua gente, seu povo. Ele teria de dar ao mundo o Messias, o que iria resolver o problema do pecado na terra, e para tal realização carecia de um povo. Este povo seria oráculo, o meio de preparação para a (vinda do desejado dos povos). Deus assim planejou e assim executou. Todos os profetas da antiga dispensação afinam por este diapasão. Os profetas antes de Daniel e depois dele, todos a uma, afirmam o plano e propósito de Deus. Poderia parecer, pelo fato de o povo ter sido levado cativo para uma terra estranha, para um povo cuja língua ignorava, que tudo estava acabado. Nada disso. Os planos de Deus não são para o tempo, mas para a eternidade. Os que testemunharam os acontecimentos de Jerusalém nos dias de Nabucodonozor e seus generais deveriam ter concluído que tudo estava acabado. O templo custoso e rico tinha sido arrasado, e de tudo que antes havia constituído uma nação próspera e poderosa só restavam ruínas. Mas o que aconteceu foi apenas uma lição a ser ensinada aos hebreus e a quem queira aprendê-la. O plano divino continuava de pé para o tempo e para a eternidade.

Então, parece que temos nestas palavras uma razão por que Daniel escreveu o seu livro. Apesar de estar numa terra estranha como cativo, a chama da fé que revelou por mais de uma vez é patente nesta obra. Aprouve a Deus levar este povo a Babilônia para que os babilônios soubessem que além de Marduque havia outro Deus. Temos até a impressão de que nunca antes nem depois povo pagão algum teve oportunidade de ouvir que só Deus era Deus. Os decretos de Nabucodonozor (3:29), Dario (6:25) e outros, mandados a todos os povos da terra sob o domínio daquela nação, testificam que só o Deus de Daniel era Deus a ser adorado. Deus foi muito louvado e engrandecido por intermédio do seu servo Daniel.

O livro de Daniel pode ser comparado ao Apocalipse. Só aquele rei ata os fatos dos últimos dias ainda por acontecer, com datas marcadas, como o capítulo 9:24-27, em que a vinda do Messias e a sua morte são retratadas, e depois a volta de Jesus ao mundo, com o arrebatamento da Igreja. Dias e anos são contados de um modo que nos maravilha. Se nos faltasse o livro de Daniel, não teríamos no Velho Testamento outro em que os algarismos são oferecidos com tal precisão como se o sol do dia já estivesse raiando. As 70 semanas do Messias, desde aquela revelação até o segundo advento, são qualquer coisa que nos assombra. Igualmente, os últimos versos do capítulo 12, em que até os dias do milênio são contados, mas de modo enigmático.

Autor: Antônio Neves de Mesquita



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