O PANO DE FUNDO DO LIVRO DE DANIEL - Agenda Assembleiana

O PANO DE FUNDO DO LIVRO DE DANIEL

Ao estudar o livro de Daniel torna-se necessário estudar o “o pano de fundo” do livro, isto é, o seu contexto geográfico, histórico e cultural. O livro de Daniel não é diferente dos demais livros proféticos. Há eventos tão somente históricos que já aconteceram e há eventos proféticos com linguagem metafórica para tempos futuros. De modo geral, grande parte das profecias bíblicas cum- priu-se pouco depois de transmitidas aos profetas, porque tinham um caráter temporal e presente à vida do povo de Deus naqueles tempos. Outras, entretanto, são profecias com um caráter futuro de longo alcance, especialmente as profecias apocalípticas, tais como Daniel, Ezequiel e Apocalipse.

Neste livro, o nosso personagem é o profeta Daniel e as revelações que Deus lhe deu acerca do “tempo do Fim”, em cuja profecia está revelado o tratamento de Deus com o povo de Israel (Dn 8.17,18; 10.14; 11.35; 12.4;Ap 1.3) e o resto do mundo.
O livro de Daniel não é essencialmente um livro histórico, embora comece com uma história, o livro é uma profecia progressiva que vai acontecendo dentro da história que se evidencia naquele mesmo tempo, mas tem continuidade à frente do tempo de Daniel e aponta para o futuro. É, na verdade, o desvendamento da história com o cumprimento da profecia revelada para tempos futuros conforme os desígnios de Deus na vida do seu povo Israel e da Igreja de Cristo no futuro.
O livro de Daniel é sem dúvida o apocalipse do Antigo Testamento. Ele revela fatos e acontecimentos futuros os quais se evidenciam na atualidade. Na verdade, nenhum outro livro profético se ajusta tão perfeitamente às evidências atuais como o livro de Daniel.

Ele se irmana a outro livro profético, o último da Bíblia, que é o Apocalipse. Os dois se complementam, pois seria difícil ter as respostas de um dos livros sem o outro. Há um paralelo entre os dois livros escatológicos. Daniel se ocupa em revelar os acontecimentos do “fim do tempo” também, identificado como o “tempo dos gentios”. Já o Apocalipse ocupa-se com a “plenitude dos gentios2. No “fim do tempo”, ou como está na versão ARA,“ tempo do fim”, identificado como “o tempo dos gentios”, temos a supremacia final do povo de Israel, enquanto que, na “plenitude dos gentios” vemos a supremacia da Igreja reinando com Cristo no tempo do Milênio. O “tempo do fim”( ou,“fim do tempo”) nada tem a ver com a época da pregação do Evangelho de Cristo; sim, tem a ver com um tempo determinado estabelecido para a intervenção de Deus em favor do seu povo e, naquele tempo, a igreja estará arrebatada com Cristo. Outrossim,“o tempo dos gentios” tem a ver com o cenário político mundial, no período em que o “anticristo” dominará o mundo gentio, mas que culminará com a vitória final do povo de Israel (Lc 21.24). Já, a expressão “plenitude dos gentios” tem a ver com a intervenção espiritual no mundo e a supremacia celestial da Igreja, reinando com Cristo (Rm 11.25; Zc 12.3,8-10; 13.8,9; 14.2-4).
Alguns personagens figurativos que aparecem em ambos os livros são identificados por títulos e nomes distintos. No Apocalipse revela-se como “o Anti-cristo, o homem do pecado”, “a Besta que subiu do mar” (Ap 13.4-6), porém, no livro de Daniel esse “homem do pecado” do Apocalipse é apresentado sob uma forma especial e vem representado por figuras materiais e animais. Essas figuras são identificadas como o “chifre pequeno do animal terrível e espantoso” (Dn 7.8); “o rei de cara feroz” (Dn 8.23); “o príncipe que há de vir” (Dn 9.27).

Jesus deu importância e autenticidade a ambos os livros. Em relação ao livro de Daniel, Jesus o citou em Mateus 24.15, quando disse: “Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo ( quem lê, que entenda”. No livro de Apocalipse, Jesus se identifica com o seu querido discípulo e apóstolo João, e na revelação Ele diz: “Eu, Jesus, enviei o meu anjo, para vos testificar estas coisas nas igrejas. Eu sou a raiz e a geração de Davi, a resplandecente Estrela da manhã” (Ap 22.16). Por exemplo, a Daniel Deus deu-lhe a interpretação através de sonhos e a João, o Senhor lhe deu visões. Cada um deles trouxe à revelação sonhos e visões através de linguagem de símbolos, metáforas e outras figuras. Para se estudar a profecia é necessário buscar o significado da mesma pelo seu contexto cultural, histórico, geográfico e, principalmente, espiritual. Nenhuma profecia pode ser forçada na sua interpretação com conclusões ou definições preconcebidas. Nenhuma profecia pode ser interpretada isoladamente do seu contexto na própria Bíblia.

Elienai Cabral


0 comentários para "O PANO DE FUNDO DO LIVRO DE DANIEL"

Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial
 
Copyright © 2008 - 2014 Agenda Assembleiana - Cadastre-se - Doações.
Tradusido Por: Mais Template - Template. Catatan Info