Introdução ao estudo de Daniel - Agenda Assembleiana

Introdução ao estudo de Daniel

Saber o que acontecerá amanhã aguça a curiosidade de todo ser humano. Há um insaciável interesse de desvendar o futuro e os acontecimentos vindouros e, por esta razão, muitas pessoas se tornam vítimas de charlatões que exploram esses assuntos e criam falsas expectativas. Descobrir o futuro sempre induz o homem na busca de prognosticadores, adivinhadores, agoureiros, mágicos e até quem consulte os mortos. Todos esses meios de adivinhação são abominados por Deus. A Bíblia é a revelação de Deus e da sua vontade para o homem na terra e a profecia bíblica nada tem a ver com o misticismo que é enganoso. A profecia, do ponto de vista bíblico, é a revelação da mensagem de Deus e da sua vontade aos homens através do profeta que se coloca entre Deus e o homem para transmissão da mensagem.

Daniel é um profeta contemporâneo porque sua mensagem revela o plano de Deus para o povo de Israel através da história com eventos já cumpridos e outros que apontam para o futuro.
A relação da profecia de Daniel com a Igreja é da maior importância, porque é como olhar para o relógio do tempo. A ênfase e o lugar que Israel ocupa como povo de Deus, objeto direto da profecia de Daniel e de outros profetas, mostram e indicam o futuro da Igreja de Cristo.

Não podemos espiritualizar o que é literal, nem tomar o espiritual e interpretá-lo literalmente. A linguagem, literal ou figurada, tem de ser interpretada de acordo com o seu contexto. O texto do livro de Daniel contém essas duas linguagens (literal e figurada) e, por isso, faremos uma interpretação acurada e responsável com o máximo cuidado e temor do Senhor.

Ao longo da história da Igreja as profecias bíblicas sempre atraíram os estudiosos. A interpretação da profecia obedece a critérios hermenêuticos quanto a linguagem literal ou figurada, bem como a sua relação ao contexto da profecia, envolvendo aspectos históricos, geográficos, culturais e, acima de tudo, o alcance esca- tológico da mensagem. Nos primórdios da Igreja de Cristo, os assuntos escatológicos eram pouco discutidos. Assim que foram surgindo escritos de caráter profético, criou-se a dificuldade quanto à interpretação literal ou figurada. Os escritos reconhecidos como inspirados do Novo Testamento sempre abordaram temas da volta de Cristo e muitos naquela época entendiam que a segundaVinda de Cristo iniciava-se com a instalação do período milenar. Alguns interpretavam literalmente a profecia. Outros, a partir dos séculos
II e III, influenciados por uma escola herética de teologia em Alexandria, no Egito, passaram a interpretar a profecia com sentido apenas alegórico. Houve uma rejeição da igreja da época dessa forma errônea de interpretação do sistema alexandrino. Os estudiosos entenderam que aquela escola havia subvertido a forma correta de interpretar as Escrituras, suas doutrinas e a profecia.

A construção da teologia cristã ainda estava em desenvolvimento naqueles primeiros séculos, por isso, a igreja teve muita dificuldade em estabelecer uma única interpretação da escatologia bíblica. Várias escolas de interpretação surgiram e a discussão das doutrinas nos vários concílios eclesiásticos acabou por admitir que “na revelação divina das Escrituras a profecia tem sua evidência na história e no futuro”1.

1 John F.Walvoord, Profecias da Bíblia, Aba Press, p.8

Autor: Elienai Cabral

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